Com a pandemia do Coronavirus não é hora de viajar, sei disso. Mas as informações desse post poderão ser úteis para o futuro. E você ler sobre outros assuntos ajuda a passar esse momento de isolamento. E a mim ajuda escrevendo, além de manter o blog atualizado. Se puder, fique em casa.
O estado de Oaxaca fica no sul do México onde concentra a diversidade dos povos indígenas do país, principalmente os zapotecas e mixtecas. Com a chegada dos espanhóis, Oaxaca se tornou um estado multicultural.
Oxaca de Juárez, a sua capital, é uma síntese do que é o estado. Nela se ouve dialetos e espanhol. A cultura dos povos indígenas se destaca na gastronomia, artesanato e costumes. A cidade é o principal endereço dos festejos do “Dia de los Muertos”, tradição no México. A presença dos colonizadores é marcante na arquitetura, principalmente no centro histórico. Não é atoa que é Patrimônio Cultural da Humanidade pelo UNESCO.
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É um destino ideal para quem gosta de turismo cultural. Mas também gastronômico com pratos típicos e produtora de bons café, ótimos chocolates, queijos e bebidas únicas como o mezcal. E tudo isto é facilmente encontrado nos restaurantes e mercados da cidade.

Oaxaca de Juaréz está a 460km da Cidade do México e a 1500m acima do nível do mar, que nesse caso é o oceano pacífico. A sua população ultrapassa os 300 mil habitantes. Em abril de 2019 quando cheguei de manhã estava fresco, ficou quente durante o dia e a noite para muitos seria frio.

O hostel ficava próximo ao Mercado Benito Juaréz (aberto todos os dias até às 21h) então comecei o meu dia por ele. Nele vende de tudo, havia muita gente comprando o quesillo (queijo tradicional na região), mas o que chamou a minha atenção foram os sucos e os pães caseiros. Não perdi tempo e aproveitei para fazer deles o meu café da manhã, e não me arrependo. Os comerciantes não se limitam na área interna do mercado. Eles ocupam também as calçadas e foi ali que me ofereceram chapulines, gafanhotos fritos e salgadinhos. Eles são vendidos aos montes. Não comprei ali pois já tinha provado em San Cristóbal de las Casas. Gostei como tiragosto para tomar cerveja.



A duas quadras do mercado está o Zócalo, a praça principal das cidades mexicanas. E como em todas cidades que passei, tinha muita gente. No México as pessoas frequentam as praças, principalmente aos domingos.
E também no Zócalo que estão o Palacio do Gobierno e uma igreja, em Oaxaca não é diferente. Ali está a bela Cadetral de Nossa Senhora de Assunção. Do século XVIII, foi a terceira ser construída no local, as duas anteriores foram destruídas por terremotos.

Catedral
Cheguei de volta ao centro histórico de Oaxaca por volta das 15h30min com muita fome. Fui então para o Mercado 20 de Noviembre mais conhecido como “Mercado de Comida”. Havia muita gente almoçando lá, moradores e turistas, ao som de músicas típicas mexicanas tocadas por um grupo. Parei em um comedor e com ajuda de uma família mexicana fiz meus pedidos. Comi uma Tlayuda, prato da gastronomia tradicional de Oaxaca com uma tortilha grande e vários ingredientes como feijão e abacate. Oaxaca é conhecida como destino gastronômico do México. O mercado abre todos os dias das 7h às 22h.

Tlayuda, prato típico de Oaxaca
Após o almoço continuei andando pela cidade. É uma cidade colonial, mas ao contrário de outras cidades coloniais que conheci na viagem, em Oaxaca as construções são grandes e imponentes. O centro histórico não é grande e dá para fazer tudo a pé.
Andei por várias ruas, mas a Andador Macedonio Alcalá reúne belas construções, atrativos e gente. Ela é uma rua de pedestre e por ser domingo ela estava especialmente movimentada. Tinha gente circulando e assistindo artistas fazendo suas apresentações. Tinha gente no comércio e feiras de artesanato.

Rua Macedonio Alcalá
É nesta rua que estão algumas das principais atrações da cidade como o Museu de Arte Contemporânea (MACO). Mais para frente está o antigo Templo de Santo Domingos de Gusman do século XVI dividido em igreja e convento. Hoje o convento abriga o Centro Cultural Santo Domingo com uma biblioteca, espaço de exposições e o Museu das Culturas de Oaxaca. Portanto tem coisa pra ver. Funciona de terça a domingo das 10h às 18h30min, ingresso 80 pesos e no domingo é graça.

Templo de Santo Domingo
Já era tarde quando fui e não estava podendo entrar mais visitantes. Mas o guarda foi camarada e deixou eu dar uma volta rápidas pelos corredores. Vacilei em não ter ido mais cedo, gostei do que vi e pareceu ser bem interessante.

Interior da igreja
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Hierve el Agua
Em Oaxaca têm muitas agências de turismo e pessoas nas praças vendendo passeios. Um dos mais vendidos reúne 5 atrativos incluindo as ruinas da cidade zapoteca de Mitla e Hierve el Agua que eu queria conhecer além de outros que não fazia questão, mas não encontrei ninguém que fizesse só para os dois lugares.
Os passeios são oferecidos por vários preços. Os primeiros estavam por 300 pesos, depois encontrei por 250, 200 e na Andador Macedonio Alcala encontrei por 150 pesos. Fique com medo de ser uma furada, mas não foi. Neste valor não estão incluídos os ingressos nem o almoço. Ou seja, só o transporte porque na minha van não tinha guia de turismo. Nos lugares aparecia um que passava algumas informações e marcava o tempo.
No horário marcado cheguei na agência. Começou chegar gente e vans já com pessoas. Ali eles iam distribuindo as pessoas. Acho que na mesma van ia gente que pagou do valor mais alto ao mais baixo.

Árbol del Tule
40 minutos dali paramos no primeiro atrativo do roteiro: Árbol del Tule, a arvore com o tronco mais largo do mundo. Localizado no município de Santa María del Tule, o cipreste mexicano tem o tronco com 58 metros de circunferência e 14 metros de diâmetro. A sua altura é de 42 metros e com a idade estimada de mais de 2000 anos.
Inicialmente achei uma grande besteira quando li sobre. Mas é muito interessante e a arvore é bonita e está em um lugar bem simpático. Ela fica protegida por uma grade e dá pra vê-la perfeitamente da rua, mas se quiser chegar próximo, sem poder tocar nela, é preciso pagar o ingresso no valor de 10 pesos. Tivemos ali 10 minutos.

Santa María del Tule
Pouco depois chegamos a uma destilaria de mezcal. Lá foi contado a história, explicada a elaboração e teve degustação da bebida símbolo do México que muitos confundem com o tequila. Confesso que nunca tinha ouvido falar do mezcal até viajar, e estava ansioso para conhecer e beber algumas doses. Mas não estava me sentido bem e a visita não teve aproveitamento pra mim, na verdade foi uma tortura.
A parada ali faz sentido porque a região é uma das poucas que pode produzir o mezcal. Mas torna-se desnecessária já que na cidade tem locais de venda por todos os cantos com informações e degustação. E o tempo parado ali pode ser aproveitado em Agua El Hierve.
A terceira parada foi em Teotitlán, uma cidade Zapoteca muito conhecida pela produção de tapetes coloridos por corantes naturais. Visitamos uma das tecelagens onde os artesãos explicaram e mostraram como eles obtém as cores. Esta parte é interessante e não pode ser filmada. Depois foi a hora das compras. Esta parada também se torna desnecessária se o objetivo não for comprar tapetes.

Hierve el Agua
Era aproximadamente 3h da tarde quando teve a parada para almoço, era buffet por pessoa e não no quilo. Depois encaramos uma viagem demorada, chata com muitos chocalhos devido as estradas até Hierve el Agua. O lugar que eu mais queria conhecer ficou por último e foi o ponto alto do roteiro. Não sei dizer se o roteiro é sempre assim, mas tinha muita gente fazendo nesta sequência. Talvez pela manhã tenha menos gente.

As cachoeiras petrificadas de Hierve el Agua
Hierve el Agua são cachoeiras petrificadas. No alto do penhasco tem nascentes de água com alto teor de carbonato de cálcio (mineral encontrado na composição de rochas) . Com o passar dos anos esse mineral foi ficando pelo caminho e ganhando a forma que se tem hoje.
Está em um sítio arqueológico, têm vestígios de um sistema de irrigação e para os zapotecas o lugar era sagrado. Hoje é um atrativo turístico procurado por muita gente que quer conhecer a Hierve el Agua e aproveitar as piscinas a beira do penhasco com um belo vale a sua frente. O visitante conta com uma estrutura simples de barracas de comida e bebida, banheiro e estacionamento.

Hierve el Agua
Tivemos uma hora e meia livres para fazer a trilha até a cachoeira petrificada e aproveitar as piscinas que ficam na parte de baixo. O tempo era pouco, teria que fazer tudo correndo então optei pelas piscinas. Elas são disputadas por muita gente e, ao contrário do que muitos pensam, a água não é quente. Mas a paisagem vista delas vale muito a pena.
Gostaria de ter feito também a trilha. Quem fez gostou, falou que não é pesada e que as piscinas e o visual que tem de cima da Hierve el Agua valem muito.
Hierve el Agua está a 70km de Oaxaca no município de San Lorenzo Albarradas. Cheguei às 20h depois de uma hora e meia de viagem chacoalhando pelas estradas sinuosas e estreitas da serra.
Na manhã seguinte embarquei no ônibus que me levou para Puebla, meu último destino antes de voltar ao Brasil.

As piscinas de Hierve el Agua
Tem como você conhecer Hierve el Agua por conta própria. Tem que ir de Oaxaca até a cidade de Mitla de taxi coletivo ou ônibus (uma hora aproximadamente). Lá, talvez tenha que esperar um pouco para sair um transporte coletivo até Hierve el Agua (mais uma hora de viagem). A vantagem que sai um pouco mais barato e você fica o tempo que quiser. Eu não estava afim de fazer por conta própria por causa da logística, comodismo, custo benefício e porque eu não estava nada bem do estômago. |
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Como chegar a Oaxaca
>> A cidade tem aeroporto com voos de e para vários destinos mexicanos.
>> Se for para outros destino vale a pena ter um carro. Mas na cidade não é útil.
Onde comer
>> Oaxaca é conhecido como destino gastronômico e sendo assim têm muitas opções de lugares e no cardápio. Além dos restaurantes do Zócalo e das ruas tem também os mercados.
>> Eu queria muito chegar a Oaxaca para conhecer este cardápio e beber o mezcal, mas passei mal no dia que cheguei e isso me limitou muito. Mas consegui comer pelo menos um prato típico da região: Tlayuda.
Onde ficar
>> No centro histórico onde estão os principais atrativos e serviço. Me hospedei em dois lugares e todos eles no centro.
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