Mineirão entornando, corações programados pra Fórmula-1. Qual será o Cruzeiro desta noite? Mais do mesmo ou surpresa pra cair queixo. Loucura suficiente Fernando Diniz tem, sobrando.
Nunca esquecendo que vamos continuar um jogo classificatório e está 2 x 0 pra nós.
O Libertad paraguaio fará marcação alta, pressionando saída de bola? Pelo amor de Deus, Cassio, descumpra ordens. Nem pense em trocar passes com Zé Ivaldo em nossa pequena área.
Pelo sim, pelo não, que venham mais desfibriladores!
Há quanto tempo não vivemos uma quinta maluca? Revolução técnica de última hora definindo nossos rumos na Copa Sul Americana?
Curioso saber até onde irá o carismático “non sense” do novo técnico. Dizem que o curto período comandando a seleção nacional provocou uma espécie de “reciclagem conceitual”. Ficou menos “Fernando Diniz”.
A conferir hoje.
BATE PAPO NO QUINTAL
1. Juliano Damien, na manhã de segunda-feira, antes do anúncio da queda de Seabra, fez excelente análise do empate morno com o Cuiabá e conclui:
“Time parece ter perdido a vibração: o futebol vibrante há muito não é constatado – creio que depois do jogo contra o Botafogo, não voltou a dar as caras.”
Respondi também antes da queda:
Juliano, você deu a flechada certa. Está faltando alma no time do Cruzeiro. Jogadores trocam passes na nossa intermediária, como robôs programados. Dezenas de passes horizontais, com recuos para o goleiro cada vez mais curtos e perigosos até a bola se perder pra lateral. Que isto aconteça de vez em quando numa partida, faz parte do futebol. Mas como regra permanente é inaceitável principalmente quando se vê o fracasso jogo a jogo.
Lamentável que não se encontre, nos treinamentos, variações mais efetivas de saída de bola. O modelo atual só dá um resultado: mata cruzeirense de raiva ou do coração.
Pós 9 horas de segunda-feira, afastado o técnico, as mensagens ganharam outro tom.
2. Jamilton Lopes Soares – Fernando Seabra não é mais treinador do Cruzeiro.
“É muito limitado para escalação e leitura de jogo. Morreu abraçado ao Ramiro e Mateus Vital.”
3. Profetas de guerra acabada – Como sempre, agora é fácil dizer que a demissão demorou; que deveria ter acontecido tão logo vazou o áudio do Pedrinho, etc, etc.
A continuidade não deu certo, mas poderia dar. Havia argumentos válidos pró e contra mudanças. Neste horizonte indefinido, o imponderável decide, manifestando-se pelos resultados. Para um lado ou para outro. No caso, Fernando Seabra se deu mal e é afastado no momento certo. Não há nada ganho ou perdido.
Cheguei a ouvir ontem que o Cruzeiro deveria ter demitido Seabra no período de suspensão do Brasileiro por causa de datas FIFA. Ah! Bem. Se a gente tivesse o telefone de Mãe Dinah…
4. A História se repete – A filosofia romana cunhou frase originada do Eclesiastes – “nihil novi sub sole” – pra alertar que de tempos em tempos tudo se repete de forma que, em verdade, “não há nada de novo sob o sol.” Popularizando, uma boa vitrine dessa filosofia é o futebol. Tudo (ou quase) que o Cruzeiro fez com o Atlético, durante meio século, tivemos um troquinho meia-boca durante os três anos de pandemia/tsunami. “Onde o cruzeirense vai assistir os jogos da Libertadores? No sofá da sala…”, etc, etc.
Com a saída de Fernando Seabra, as sugestões de técnico reviveram a História. Indicaram pra nós Givanildo e Abel Ferreira.
Para o Atlético, a gente batalhava por Celso Roth e Luxemburgo…
Nihil novi sub sole.
5. Gabrielzinho – O Garimpo da coluna anterior emocionou grupos sociais. Trouxe pensamento de nosso extraordinário atleta paralímpico, campeão mundial de natação. Nascendo sem os braços e praticamente sem as pernas, ele diz: “Na minha vida, tudo parecia inalcançável.” Um psicólogo destacou: “Com todas as razões, poderia dizer que tudo pra ele era inalcançável. Não parecia. Era mesmo. Entregar os pontos, desistir, curvar-se e sobreviver da caridade alheia era seu caminho único. Contra todas as perspectivas, decidiu lutar. Ou melhor, nadar. E surpreende o mundo. O seu sorriso é um extraordinário manual de auto ajuda pra todos nós.”
6. Chamando o processo à ordem – Na atividade judicial quando uma sucessão de requerimentos tumultua, abrindo debates que nada têm a ver com a causa em discussão, o juiz saneia o processo, afastando discussões inúteis, que ligam o nada a lugar nenhum. Se pudesse aplicar o sistema a este BATE PAPO, seriam intimados a se justificarem aqueles que até hoje insistem em torcer fatos, abrindo “teorias da zebra”: é branca com listas pretas? Ou preta com listas brancas?
Teriam cinco dias pra explicar:
A. Qual a vantagem de “comprar” árbitro em jogo amistoso?
B. O time do Cruzeiro enunciado por Benecy Queiroz e com o qual teria ocorrido o suborno já jogou junto alguma vez, mesmo em amistosos?
C. A punição da CBF aplicada em Benecy Queiroz foi grave, por ter subornado árbitro, ou foi branda por ter feito brincadeira com tema sério?
D. A pandemia do Covid pegou todo mundo. Mas o tsunami que arrasou o Cruzeiro atingiu outro Clube naquele mesmo momento?
E. Tem alguma comparação a goleada de 9 x 2 do Atlético sobre o Cruzeiro, no campeonato estadual de 1927 (jogo de compadres, pra acabar com a hegemonia do América) e o histórico 6 x 1 de Sete Lagoas, pelo Brasileiro, em 2011, com o Cruzeiro caindo para a B, se perdesse?
7. Augusto distraiu-se ontem na expectativa do jogo do Atlético, não tomou seus psicotrópicos regulamentares e acabou escorregando feio na maionese. Imagine-se que, pra conferir uma impossível grandeza àquela fantasia dos 9 x 2 de 1927, pelo campeonato mineiro, Augusto reviveu o duelo na Filisteia, entre Golias e Davi, traçando a incrível hipótese de que a luta tenha sido forjada… No final, em ato falho pra entorpecer a amargura do batismo da Arena Meu Rival Venceu, o nosso caro Augusto se descontrola e batiza o monte onde ocorreu o embate bíblico de “Arena DDG” – Davi Deu Goleada. Pegou pesado. Um caso tem tanto a ver com o outro, como uma pétala de rosa e o rabo do jacaré.
Meu caro Augusto, tudo isto pra aliviar o espinho entalado dos 6 x 1? Se melhorar pra você, faço uma promessa: por iniciativa própria não toco mais no assunto. OK?
Agora, vá depressa tomar os tranquilizantes. Anime-se: Tirando o motorista e o trocador, tudo é passageiro!
8. Momento Zazen – Segunda-feira, nos instrutivos debates de candidatos à Prefeitura de São Paulo (cadeiras fixas, parafusadas ao piso) após novo exercício de troca de socos pra coleta aleatória de sangue, o monge tibetano Pablo Marçal lapidou mais uma pérola do saber:
“Infelizmente, as pessoas estão sem esse equilíbrio emocional na nossa sociedade. É o que eu falo todos os dias, que a gente precisa ensinar, desde a base, no ensino público, a inteligência socioemocional.”
GARIMPO
“Só há uma coisa errada com a palavra revolução. É a letra R.”
(Roberto Campos (1917-2001, economista, ex-ministro do Planejamento)
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.
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